CINEMA, LITERATURA E SUAS AMARRAS*

O cinema tem uma ligação tão íntima com a literatura que até seu nome deriva das palavras gregas correspondentes a “movimento” e “escrever”. Composto basicamente de fotografia, movimento e narrativa, união que até o momento era inusitada, tornou-se a arte dos novos tempos. A sétima arte.
Na indústria cinematográfica as possibilidades são enormes e fazendo uso dessas possibilidades e de criatividade condizente com elas, não inovar é que seria difícil. Acontece que o cinema surrealista e o experimental não “engrenaram” e hoje, assim como na época, ficaram restritos a um determinado público, geralmente acadêmicos ou de cultura mais refinada. Porém, por ser uma arte direcionada ao entretenimento, atingiu vários tipos de público, e como tudo, começou a direcionar-se ao maior deles: a massa, formada em boa parte por pessoas analfabetas e incultas. O cinema industrial começou cedo. E perdura.
Como dito anteriormente, o cinema tem na sua composição, a narrativa. Utilizava-se como base a literatura do século XIX que condizia com o perfil do seu público que se satisfaz com fórmulas prontas e previsíveis. O interessante é que mesmo com o passar dos séculos, com as mudanças no meio cinematográfico, na literatura e no mundo, essa é a estrutura que ainda atrai o maior número de espectadores e portanto, permanece até hoje; e não há muita perspectiva de que esse quadro se reverta, já que a mentalidade do seu público continua seguindo o padrão.
Mas nem todos os filmes existentes são feitos de roteiros clichês, afinal, cinema é inovação desde o seu início, mesmo que essa inovação nem sempre renda boas bilheterias. Ainda existem muitas possibilidades a serem exploradas entre os frames que tem surgido e que estão para surgir.
Além disso, a tecnologia é fator fundamental na evolução da história do cinema. Tomando como exemplo o clássico Cantando na Chuva (1952), vê-se no passar da narrativa, de forma divertida, como foi dada a introdução do som às imagens na tela e o impacto e resistência sofrida pelos produtores e espectadores. Até mesmo o Chaplin mostrou-se avesso à idéia do cinema-falado, pois poderia tirar a “beleza do silêncio” e restringir as interpretações pessoais de quem assistisse. Mas hoje é visível que mesmo com imagem e som, cores e falas e com um bom roteiro, um filme ainda é capaz de mexer com o consciente e o inconsciente de uma pessoa, fazendo-a pensar, refletir e até sentir.
Enfim, o clichê é algo que sempre existiu e sempre existirá em todas as áreas, o cinema e a literatura não fogem da regra. Mas para ambos, as possibilidades de criação são inúmeras e assim como podem ser totalmente previsíveis, podem mostrar-se absolutamente inovadoras. E quando isso acontece, é sempre bom de ver.



*Artigo escrito como exercício da aula de Tópicos Especiais em Cinema - UFS, professora Lílian França. Publicado no jornal Cinform em 25/01/2010.

PROBLEMAS DO MUNDO MODERNO*

O que diferencia o homem dos animais é a capacidade de pensar, de criar. Desde os tempos primordiais, técnicas são adquiridas e aperfeiçoadas e isso nos permite evoluir. A questão é até onde essa evolução é benéfica. Einstein estudou a Teoria da Relatividade, fundamental, mas foi “graças” a ela que a bomba atômica pôde ser criada. O mundo moderno tem maravilhas e tem problemas.
O homem enfrenta desafios desde o início de sua existência. Há milhares de anos, o maior adversário era a própria Natureza. Aquele que não resistisse e não soubesse lidar com as adversidades, como a seca, a fome, a chuva, era eliminado. E é assim até hoje, porém, as adversidades são outras.
Os avós costumam contar histórias aos seus netos de como a vida deles era tranqüila. Não havia tanta violência, crianças brincavam nas ruas. Hoje os pais preferem que os filhos fiquem em casa, porque só nela estão seguros. A violência existe e está ganhando cada vez mais força. Os assaltantes, além de pistolas, têm uma arma ainda mais poderosa: o medo que sente a população.
Como as pessoas saem menos de casa, por conta dessa insegurança, isso acaba acarretando em outro problema: a alienação. Como sempre, a Política do Pão-e-Circo funciona muito bem. Esconde as atrocidades que acontecem todos os dias e ainda lhe dá a sensação hipócrita de estar seguro e feliz.
A evolução trouxe vantagens. Agora tuberculose tem cura, câncer tem tratamento, Projeto Genoma promete enormes avanços na medicina. Mas, contrastando com toda essa modernidade, há países que ainda guerreiam por petróleo, há pessoas que ainda morrem de fome. Os problemas, afinal, também evoluem.
Por fim, esse “mundo moderno” tem infinitos pontos positivos e eternos pontos negativos. O maior problema não é a violência ou a desigualdade social, é o egocentrismo da humanidade. E isso é bem mais difícil de consertar. Se as pessoas fossem mais preocupadas com o próximo e com a natureza, o mundo seria um lugar melhor, e disso todo mundo sabe, mas ninguém faz nada a respeito. Agora, só resta esperar pela cura da Aids e pela destruição da Terra. Não demorará muito.


*Redação Vestibular Ufs 2008 - Nota: 10,00

PUNIÇÃO E CORRUPÇÃO

Desde que existe dinheiro no país, há corrupção, que parece crescer com o passar do tempo. Essa depravação abrange todas as classes sociais. Isso prejudica o andamento do país e de quem vive nele.
Pelo fato da corrupção existir há tanto tempo, torna-se até comum aceitável que ela exista. Pessoas roubam, logram e não se sentem melhores ou piores por terem este tipo de comportamento, já que, essas atitudes se unem à normalidade, ao cotidiano do brasileiro que visa apenas o seu próprio lucro e que apóia a idéia de que ou todos seguem as regras e leis ou ninguém precisa segui-las. Então se um governante de Estado “pode” burlar, errar, por que um guarda de trânsito ou um cidadão comum não poderia? Esse é o pensamento da maioria.
O que leva à reincidência é a falta de punição com tais crimes. As leis, de uma forma ou outra, facilitam. É como m jogo, uma lei anula a outra, por isso basta ter um bom advogado que saiba usa-las ou um dinheiro extra pra efetuar um suborno. Para a justiça, não importa se c quem comete o delito é o presidente da república ou um mendigo de rua. Não deveria importar. É necessário igualdade na justiça para que, de fato, haja justiça.
O Brasil já perdeu completamente o controle da situação, um dos motivos que leva à falta de punição. Dificilmente o país conseguirá erguer-se e considerar-se um país honesto. Não tem mais como mudar essa imagem. Não tem mais como mudar o Brasil.
O dinheiro ganhou importância demais na vida de todos. Chegou ao ponto de não fazer tanta diferença se os meios utilizados são lícitos ou ilícitos. Dinheiro é sim necessário, mas caráter e dignidade também deveriam ser.

MONOGAMIA

Ser monogâmico significa ter apenas um cônjuge. Monogamia é obrigatória na maioria dos países e existe há tanto tempo quanto o conceito de sociedade e família.
Alguns locais, religiões, aceitam a união de um homem com várias mulheres por exemplo, no entanto, há os que condenam a poligamia e são capazes de levar à prisão os que a praticam.
A religião católica promove o casamento monogâmico e eterno. A maioria das leis afirma que a bigamia é traição, assim como há quem afirme que monogamia é sinônimo de monotonia.
Na verdade, é bem possível que a monogamia tenha surgido como a maioria das outras éticas, a necessidade de posse absoluta, sentir-se dono. Mais uma forma de transformar as pessoas em “objetos de proibida devolução e pagamento em parcelas até que a morte diminua os juros”.
Uma pessoa é capaz de gostar de várias ao mesmo tempo, por que não poder estar, então, com essas pessoas? Uma pessoa pode amar apenas uma, mas sentir desejo por outras. Por que ser obrigada a pertencer a uma só? Não há lógica na monogamia, ninguém, ou quase ninguém, é capaz de amar apenas uma pessoa pelo resto de sua vida, beijar apenas uma boca, dormir sempre na mesma cama. Cansa.
Ciúmes, posse, religião, ética. Vários motivos para ser fiel ao parceiro, o que não significa ser fiel a si mesmo e a seus sentimentos e vontades. Mas se é para “ir para o céu”, para ser “feliz”, que sejam monogâmicos, héteros e paguem o dízimo.

GUERRA PELO PODER

Nos tempos primários, os homens eram nômades, só precisavam de água e comida, o bastante para sobreviver. Mas com o passar do tempo, o ‘bastante’ tornou-se pouco. Surgiu então a ganância, o vício pelo poder e as disputas para saber quem é o mais forte. Surgiu a guerra.
Junto com o dinheiro veio ao necessidade de tê-lo. O homo-sapiens é uma raça superior pois, ao contraio dos outros, pensa. Mas a fome por superioridade é voraz. O suficiente não é ser bom, é ser o melhor. Todo pai ensina ao filho desde cedo. “Não se contente com pouco“ é quase tão dito quanto o “não aceite bebida de estranhos” tanto ouvido pelos jovens antes de alguma festa.
O nível de satisfação pessoal é medido junto ao nível de ‘inveja alheia’. essa ‘guerra’ pelo poder chega a ter sentido literal. Soa até engraçado dizer que dois países, em pleno século vinte e um, estão guerreando por petróleo. E a tendência, infelizmente, é piorar. Com a globalização, os países estão interligados. Sim, é mais fácil, então, entrarem em acordo, assim como, em desacordo.
Não há motivo justo para haver guerras. Vence quem matar mais gente. O homem moderno buscando sempre estar ‘à frente’ utiliza pensamentos retrógrados. Quanto dinheiro é gasto para obter-se mais dinheiro ainda? Quantas vidas serão destruídas, senão pela guerra, pela ganância?
“Mesmo quando ele consegue o que ele quis, quando tem, já não quer“, é o que diz uma das musicas da banda Los Hermanos. O homem só quer o que está distante de si. E faz tudo para ter. Até abdicar se seu valores morais porque agora, os valores importantes são outros, e por esses, eles lutam até a morte - literalmente.

VALORIZAÇÃO DO IDIOMA

Comunicação torna possível a evolução. E o que torna possível a comunicação é o entendimento. Se o receptor da mensagem não entende a língua ou a linguagem que é utilizada, serão só palavras ao vento. Clarice Lispector disse em A Hora da Estrela que tudo na vida nasce de um “sim”. Uma molécula disse sim a outra molécula e assim surgiu o primeiro ser vivo. Voltando ao sentido literal, se o homem não fosse capaz de aprender e ensinar, ou seja, entender gestos e palavras, talvez ainda estivéssemos morando em cavernas.
O planeta Terra é enorme, há vários idiomas, dialetos, alguns que ainda nem foram decifrados. Mesmo em um país em que se fala um único idioma, há inúmeras variantes, tornando dificultosa a transmissão de idéias entre emissor e receptor. Sotaques, gírias, jargões, significados. Fala-se o mesmo idioma no norte e no sul do Brasil, em Portugal e em alguns países da África, mas certamente, não seria fácil a comunicação entre habitantes de tais lugares.
Como a evolução não se resume ao Brasil, é preciso aprender outras línguas, a globalização nos obriga a isso. Dá-se preferência a idiomas de grandes potências, como dos Estados Unidos, o inglês. Para obter sucesso profissional, não bastar ter um diploma e saber usar a internet, é necessário outra, ou outras línguas no currículo. Então, que é necessário aprender outros idiomas, é fato, mas e quanto à própria língua? Ela será esquecida? Será que um dia haverá um idioma universal?
Países como a França, custam a ceder. É proibido, por exemplo,colocar em lojas e estabelecimentos, nomes estrangeiros; assim, ela preserva a cultura. Já no Brasil, não só aceitam o estrangeiro, como o preferem. O Brasil sempre foi uma mistura de cores, línguas e costumes e insistem em querer imitar outras culturas, como se a nossa fosse “pior”. É incrível como o jardim do vizinho parece sempre ser mais verde.
A globalização é fundamental, consequentemente, a comunicação também. Mas render-se aos costumes de fora, esquecendo-se dos seus, é inadmissível. A língua é o músculo mais forte do corpo humano, mas quando passa a ser substantivo abstrato, se torna bem mais frágil.

EDUCAÇÃO: ESCOLA X VIDA

É uma felicidade absurda paras os pais quando seus filhos aprendem a falar as palavras ‘pai’ e 'mãe’. O que eles aprendem depois disso parece nem ter mais tanta importância. A função do homem é aprender e partilhar conhecimento, só assim é possível evoluir. O problema é que a humanidade está cada vez mais preguiçosa e egoísta.
Sistemas de ensino revolucionários, bolsas para os melhores alunos, tudo para incentivar o estudo. Isso até funciona, mas não é só a falta de estudo que atrapalha, é o tipo de estudo, é o que se estuda. Muitas vezes os alunos se perguntam o por quê de estudar essa ou aquela matéria, já que ela não terá tanta importância em sua vida. A resposta é: estuda-se para obter boas notas e só. Conhecimento se tornou descartável.
Fórmulas dificílimas de física, dezenas de nomes de alguma ‘coisa’ em biologia; aprendizado inútil na visão de muitos. É mais culto aquele que lê mais resumos na internet e participa de comunidade pseudo-intelectuais do Orkut. Hoje, assistir ao jornal é ‘perda de tempo’ quando se tem tanta diversidade fútil e mais gostosa para se ver na televisão.
Afinal, e o conhecimento necessário, onde fica? Pessoas que sabem a data de nascimento de Drummond, não conseguem nem interpretar um parágrafo lido em alguma revista. Outros que sabem tudo sobre trigonometria, nem se arriscam a calcular um troco no supermercado.
‘Aprender com os próprios erros‘, se a escola ensinasse o fundamental, ao menos, não se precisaria errar tanto. As fundações de ensino preparam os alunos para o vestibular, não para a vida e acham que assim, estão fazendo o certo. Talvez até estejam, já que viver ficou em segundo plano, mesmo.

DIVERSIDADE CULTURAL

Cultura é a união de fatores que juntos formam algo único e que diferencia um grupo dos demais. Ela pode ser dividida de muitas formas já que, como substantivo abstrato, é bem subjetivo. O Brasil, por exemplo, tem vários tipos de cultura: a nordestina, a indígena, a gaúcha. Mas todas fazem parte da Cultura Brasileira.
Do sul ao norte do país, o que há em comum é, basicamente, a língua em cada região, ou mesmo estado, cidade, se tem diferentes costumes, tradições e até variantes lingüísticas. As vezes, nem parece que pertencem todas à mesma nação e isso faz com que uma viagem para dentro do próprio país se torne tão, ou mais, interessante do que uma viagem internacional.
Há países que preservam sua cultura de tal forma que não aceitam que outras penetrem ou se misturem. Não que isso seja ruim, mas pode acabar levando ao desprezo para com outras culturas, fortalecendo assim, o preconceito, a xenofobia. Mas também, não é correto aderir aos traços culturais alheios esquecendo-se dos seus. O brasileiro tem essa mania pessimista e geralmente acha que “a grama do vizinho é mais verde” e dá mais valor ao de fora do que ao nacional.
A cultura brasileira é riquíssima, tem variantes de todos os tipos, e isso é lindo. Só que mesmo assim, como foi citado anteriormente, o brasileiro não dá o devido valos e prefere aderir ao estrangeiro. De fato, isso amplia a diversidade cultural, mas se continuar assim, chegará ao ponto de preferirmos um Mc Donalds a uma feijoada, ou seja, de perdermos nossa originalidade e os rendermos ao igual.
O Brasil é imenso, tem quase todo os tipos de vegetações, climas, relevos e pessoas. O Brasil tem samba, futebol, acarajé e chimarrão. Um país que tem de tudo e mesmo assim, não se contenta. Sim, há corrupção, violência, desemprego, mas também tem qualidades e um pouco de otimismo e amor à pátria não faz mal a ninguém.
Enfim, já disse Caetano “cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é”, só nos resta tentar melhorar o que está ruim e dar mais valor ao que é bom e ao que é osso. No brasileiro sobra sorrisos mas falta auto-estima. Talvez, nesse aspecto, deveríamos nos esperar em outros países. A propósito, quem não gosta de Mc Donalds?

CRIAR É POSSÍVEL

Tudo na vida é um ciclo, a vida é um ciclo de tudo. O objetivo do homem é crescer; da música, entreter; dos animais, viver. É mais original e criativo aquele que une de forma não convencional, características de várias épocas situas ou pessoas. Sim ‘original’ vem de ‘originar’ e criativo vem de ‘criar’, mas isso agora, é quase utopia.
Não se busca mais criação, busca-se evolução, desenvolvimento. Aperfeiçoar e incrementar o que já existe. A humanidade existe há milhares de anos, como todo esse tempo, não sobrou mais nada a inventar. Sobrou?
A moda, a política, comportamentos e funções, nada é inovado, tudo se renova. O jeito de acontecer pode ser diferente, dependendo do local, da época, mas a base de tudo é a mesma sempre, apenas incrementa-se modifica-se, muda-se de acordo com o contexto.
Descobertas tecnológicas, viagens ao espaço, ações nunca executadas até há alguns anos, mas não se pode chamar as descobertas de criações, apenas se desvenda o que sempre existiu. Não se inventa mais música, reinventa-se ritmos, letras, tons, mas é tudo música. Há muitas formas de governos, mas todos são governos. Assim é e assim será sempre.
Muda-se os atores, o cenário, até as falas, mas o roteiro, no geral, é o mesmo. Reinventa-se, renova-se, recria-se. A vida agora precisa de prefixos. Viver virou clichê. E qual o problema disso?

Estatuto do Idoso

O Estatuto do Idoso determina quais são as medidas de proteção às pessoas com idade igual ou superior aos 60 anos. O projeto regulamenta os direitos destes, definindo obrigações das entidades assistenciais e estabelece penalidades para uma série de situações de desrespeito aos idosos. Esse Estatuto tornou-se fundamental, transformou em lei o que deveria ser apenas um ato de educação: “respeitar os mais velhos”.
Leis existem para serem cumpridas, e caso não fossem, haveria punição. Mas no Brasil, nem sempre é isso que acontece, nem todas as leis são postas em prática. Chegou ao ponto de haver mais conformismo que punição; mais conformismo que respeito. As pessoas se acomodam e não reivindicam. “A lei tarda, mas não falha”, mas a falha é exatamente essa: tardar.
Mas também, há determinadas regras que vingaram e são praticadas. Filas, os idosos não precisam enfrentar filas em bancos ou supermercados, porém os jovens e adultos se aproveitam dessa “vantagem” que os mais velhos têm e, quando não querem perder tempo, pedem aos mais velhos favores como pagar contas ou fazer compras no supermercado e esses obedecem, pois sabem que a maioria dos que se recusam a “ajudar os mais novos” vai para asilos ou são simplesmente esquecidos.
Claro que nem tudo é ruim. Os idosos merecem todos os direitos que têm, afinal já serviram à sociedade, mesmo que tenham sido apenas medíocres cidadãos quando mais moços. O problema é que, para serem praticados, os direitos têm de ser duramente reivindicados; “a justiça é cega”, por isso é preciso gritar.
Como se não bastasse toda essa irregularidade, ainda há mil preconceitos em relação aos idosos. É absurdo um preconceito sobre alguém só por esse alguém ter mais idade, isso é ilógico. O maior desejo dos mortais racionais, os seres humanos, é obter a imortalidade. Mas como conseguir essa proeza sem passar pela velhice? A velhice é a última fase antes da morte. Tem de ser respeitada; os idosos têm necessidade de atenção especial tanto fisicamente, lógico, como psicologicamente. Mas na verdade, a velhice deveria ser respeitada pelo simples fato de ser vida.